Cenas Cortadas: Lua Nova - Bolsa de Estudos
Essa é a
maior seção que eu cortei de New Moon; é a maior parte do capítulo seis
original (?Declaração?, naquela época), além de sete cenas curtas que continuam
o enredo de -bolsa de estudos? no romance, e até o final dele. Eu achava que
ele era meio engraçado, mas os meus editores discordaram. Ela não era
necessária, então foi sacrificada no altar da edição.
Cena um: o
dia depois que Bella vai ao filme de zumbi com Jessica.
Eu ainda
sentia saudade de Phoenix em raras ocasiões, quando era provocada. Agora, por
exemplo, enquanto eu me dirigia ao Banco Federal de Forks para depositar meu
chegue de pagamento. O que eu não daria pela conveniência de um
caixa-automático drive in. Ou pelo menos, a anonimidade de um estranho do outro
lado da mesa.
“Boa tarde,
Bella”, a mãe de Jessica me saudou.
“Oi, Sra.
Stanley”.
“É tão bom
que você pode sair com Jessica na noite passada. Já fazia tanto tempo.”
Ela fez um
barulhinho com a língua para mim, sorrindo para tornar o som amigável. Alguma
coisa na minha expressão devia estar desligada, porque o sorriso endureceu de
repente, e ela passou a mão nervosamente pelo cabelo, onde ela ficou presa por
um minuto; o cabelo dela era tão encaracolado quanto o de Jéssica, e ela pôs
laquê até que ele ficasse arrumado em um monte duro de anéis rígidos.
Eu sorri de
volta, me dando conta de que estava um segundo atrasada. O meu tempo para
reações estava enferrujado.
“É”, eu
disse, no que eu esperava que fosse um tom sociável. “Eu estive muito ocupada,
sabe. Escola... trabalho...” Eu lutei pra pensar em alguma outra coisa pra
adicionar á minha lista curta, mas não encontrei nada.
“Claro”, ela
sorriu mais calidamente, provavelmente feliz por minha resposta parecer normal
e bem-ajustada.
De repente me
ocorreu que eu podia não estar apenas brincando comigo mesma quando pensei no
motivo por trás do sorriso dela. Quem sabe o que Jessica contou a ela sobre a
noite passada. O que quer que tenha sido, não foi completamente falso. Eu era a
filha da ex-excêntrica de Charlie – insanidade pode ser genética. Antiga
associada aos esquisitões de Forks; eu pulei essa parte rapidamente, me
encolhendo. Recente vítima de um coma ambulante. Eu decidi que esse era um
argumento bastante bom para a minha loucura, sem nem sequer contar as vozes que
eu ouvia agora, e eu me perguntei se a Sra. Stanley realmente pensava isso.
Ela deve ter
visto a especulação nos meus olhos. Ela desviou o olhar rapidamente, olhando
para as janelas atrás de mim.
“Trabalho”,
eu repeti, chamando a atenção dela de volta enquanto colocava meu cheque em
cima do balcão. “Que é porque eu estou aqui, é claro”.
Ela sorriu de
novo. O batom dela estava rachando enquanto o dia progredia, e estava claro que
ela havia desenhado os lábios muito mais cheios do que eles eram na realidade.
“Como estão
as coisas no Newton’s?” ela perguntou brilhantemente.
“Bem. A
temporada está começando”, e disse automaticamente, apesar de que ela dirigia
pelo estacionamento do Pacific Outfitter’s todo dia – ela teria visto os carros
que não eram conhecidos. Ela provavelmente sabia mais sobre as quedas e os
aumentos no ramo dos mochileiros do que eu.
Ela balançou
a cabeça ausentemente enquanto olhava para as teclas do computador na frente
dela. Meus olhos passearam pelo balcão marrom escuro, com as suas linhas muito
“anos-setenta” de laranja brilhante rodeando as bordas. As paredes e o carpete
haviam sido atualizados para um tom mais neutro de cinza, mas o balcão
denunciava a decoração original do prédio.
“Hmmm”, o
murmúrio da Sra. Stanley foi um guincho mais alto do que o normal. Eu olhei de
volta pra ela, apenas meio interessada, me perguntando se havia uma aranha em
cima da mesa que havia assustado ela.
Mas os olhos
dela ainda estavam grudados na tela do computador. Agora os dedos dela estavam
imóveis, a expressão dela estava surpresa e desconfortável. Eu esperei mas ela
não disse mais nada.
“Há algo
errado?” Os Newton estavam tentando passar cheques sem fundo?
“Não, não”,
ela murmurou rapidamente, olhando para mim com um estranho brilho nos olhos.
Ela parecia estar reprimindo algum tipo de excitação. Aquilo me fez lembrar de
Jessica quando ela tinha alguma nova fofoca que estava morrendo pra dividir.
‘Você
gostaria de imprimir o seu saldo?” A Sra. Newton perguntou ansiosamente. Isso
não era meu hábito – minha conta crescia tão lentamente que não era difícil
fazer os cálculos na minha cabeça. Mas a mudança de tom dela me deixou curiosa.
O que havia na tela do computador que fascinou ela?
“Claro”, eu
concordei.
Ela bateu
numa tecla, e a impressora rapidamente cuspiu o curto documento.
“Aqui está”.
Ela arrancou o papel com tanta gana que ele se partiu no meio.
“Oops, eu
lamento por isso”. Ela passou o olhar por cima da mesa, sem encontrar o meu
olhar curioso, até que ela encontrou um rolo de fita adesiva. Ela grudou os dois
pedaços de papel e o atirou pra mim.
“Er,
obrigada”, eu murmurei. Com a folha na mão, eu me virei e caminhei para a porta
da frente, dando uma olhada para ver se eu descobria qual era o problema da
Sra. Stanley.
Eu achava que
a minha conta devia estar e torno de mil quinhentos e trinta e cinco dólares.
Eu estava errada, eram trinta e seis dólares e cinqüenta centavos, e não trinta
e cinco.
E também
haviam vinte mil dólares extras.
Eu congelei
onde estava, tentando entender os números. A conta estava vinte mil dólares
mais alta antes do meu depósito de hoje, que havia sido depositado
corretamente.
Por um breve
minuto eu considerei a idéia de fechar a minha conta imediatamente. Mas,
suspirando uma vez, eu voltei para o balcão onde a Sra. Stanley estava esperando
com olhos brilhantes, interessados.
“Há algum
tipo de erro com o computador, Sra. Stanley”, eu disse a ela, entregando o
pedaço de papel de volta pra ela. “Deveriam haver apenas mil quinhentos e
trinta e seis e cinqüenta centavos.”
Ela sorriu
conspiradoramente. “Eu achei que parecia um pouco estranho”.
“Só nos meus
sonhos, né?” Eu ri de volta, impressionando a mim mesma com a normalidade do
meu tom.
Ela digitou
bruscamente.
“Eu vejo o
problema aqui... a três semanas atrás aparece um depósito de vinte mil dólares
feito por... hmmm, pelo que parece foi outro banco. Eu imagino que eles tenham
colocado os números errados.”
“Quantos
problemas eu vou ter se fizer um saque?” Eu brinquei.
Ela gargalhou
ausentemente enquanto continuava a digitar.
“Hmmm”, ela
disse de novo, a testa dela enrugando em três buracos fundos. “Parece que foi
uma transferência de outro estado. Nós não recebemos muitas dessas. Quer saber?
Eu vou fazer a Sra. Gerandy dar uma olhada nisso...” A voz dela foi
desaparecendo enquanto ela se virava pra longe do computador, o pescoço dela se
curvando para olhar pela porta aberta atrás dela.
“Charlotte,
você está ocupada?” ela chamou.
Não houve
resposta. A Sra. Stanley entendeu isso e caminhou rapidamente para a porta
traseira onde os escritórios deviam ser.
Eu procurei
por ela por um minuto, mas ela não reapareceu. Eu me virei e olhei ausentemente
pelas janelas da frente, olhando a chuva caindo nos vidros. A chuva corria em
correntes imprevisíveis, ás vezes descendo torta, por causa do vento. Eu não
prestei atenção no tempo enquanto esperava. Eu tentei deixar a minha mente
flutuar em branco, pensando em nada, mas eu não parecia ser capaz de voltar
aquele estado de semi-consciência.
Eventualmente
eu ouvi vozes atrás de mim de novo. Eu me virei pra ver a Sra. Stanley e a
esposa do Dr. Gerandy entrando na sala da frente com o mesmo sorriso educado
nos seus rostos.
“Desculpa por
isso, Bella”, a Sra. Gerandy. “Eu devo ser capaz de dar um jeito nisso com um
telefonema bem rápido. Você pode esperar se quiser”. Ela fez um gesto para uma
fileira de cadeiras de madeiras contra uma parede. Parecia que elas pertenciam
a sala de jantar de alguém.
“Okay”, eu
concordei. Eu caminhei até as cadeiras e me sentei bem no meio, de repente
desejando ter um livro. Já fazia algum tempo que eu não lia, fora da escola. E
mesmo assim, quando alguma história de amor ridícula fazia parte do currículo,
eu trapaceava com sinopses. Era um alivio estar trabalhando com Animal Farm
agora. Mas tinham que haver outros livros seguros. Aventuras políticas.
Mistérios de assassinatos. Assassinatos violentos não eram problema; contanto
que não houvesse nenhum enredo romântico choroso envolvido.
Levou tempo
suficiente pra eu ficar irritada. Eu estava cansada de olhar para a sala
cinzenta chata, sem nenhum quadro para aliviar as paredes vazias. Eu não
conseguia ver a Sra. Stanley enquanto ela remexia uma pilha de papéis, parando
de vez em quando para dar entrada em alguma coisa no computador – ela olhou pra
mim uma vez, e quando encontrou meu olhar ela pareceu desconfortável e derrubou
um arquivo. Eu podia ouvir a voz da Sra. Gerandy, um murmúrio fraco vindo da
sala traseira, mas não era claro o suficiente pra me dizer nada, além de que
ela tinha mentido em relação ao tempo necessário na ligação. Havia um limite de
tempo no qual se podia esperar que uma pessoa ficasse com a mente em branco, e
se aquilo não acabasse logo, eu não ia ser capaz de evitar. Eu ia ter que
pensar. Eu entrei em pânico silenciosamente, tentando imaginar um assunto
seguro pra pensar.
Eu fui salva
pela reaparição da Sra. Gerandy. Eu sorri gratamente pra ela quando ela enfiou
a cabeça pela porta, seu cabelo grosso, cor de neve, chamando minha atenção
imediatamente.
“Bella, você
se importaria em se juntar a mim?” ela perguntou, e eu me dei conta de que ela
tinha o telefone grudado no ouvido.
“Claro”, eu
murmurei enquanto ela desaparecia.
A Sra.
Stanley teve que destrancar a meia porta no final do balcão para que me deixar
passar. O sorriso dela era ausente, ela não encontrou meus olhos. Eu tinha
certeza absoluta de que ela estava planejando ouvir atrás da porta.
Minha mente
correu pelas possibilidades concebíveis enquanto eu me apressava para o
escritório.
Alguém estava
lavando dinheiro pela minha conta. Ou talvez Charlie estivesse recebendo
suborno, e eu estava estragando o disfarce dele. No entanto, quem teria tanto
dinheiro assim para subornar Charlie? Talvez Charlie estivesse na máfia, e
usando minha conta para fazer lavagem de dinheiro. Não, eu não conseguia
imaginar Charlie na máfia. Talvez fosse Phil. Quão bem nós conhecíamos Phil,
afinal de contas?
A Sra.
Gerandy ainda estava no telefone, e ela fez um gesto com o queixo em direção a
cadeira dobrável de metal que ficava de frente para a mesa dela. Ela estava
rabiscando apressadamente na parte de trás de um envelope. Eu sentei, me
perguntando se Phil tinha um passado obscuro, e se eu ia parar na cadeia.
“Obrigada,
sim. Eu acho que isso é tudo. Sim, sim. Muito obrigada por sua ajuda”, a Sra.
Gerandy desperdiçou um sorriso para o receptor do telefone antes de desligar.
Ela não parecia estar com raiva ou sombria. Mais pra excitada e confusa. Isso
me lembrou da Sra. Stanley no corredor. Por um segundo eu pensei em pular pela
porta e assustar ela.
Mas a Sra.
Gerandy falou.
“Bem, eu acho
que tenho boas notícias para você... Apesar de não conseguir imaginar você pode
não ter sido informada disso”. Ela me encarou criticamente, como se ela
estivesse esperando que eu desse um tapa na minha testa e dissesse, oh, ESSES
vinte mil. Eu esqueci completamente!
“Boas
notícias?” Eu testei. As palavras implicavam que esse erro era complicado
demais pra ela desvendar, e ela tinha a impressão de que eu era mais rica do
que n’so pensávamos alguns minutos atrás.
“Bem, se você
realmente não sabe... parabéns então! Você ganhou uma bolsa de estudos de...”
ela olhou para suas anotações rabiscadas “o Fundo do Pacífico Noroeste”.
“Uma bolsa de
estudos?” eu repeti sem acreditar.
“Sim, isso
não é excitante? Minha nossa, você poderá ir pra qualquer faculdade que quiser!”
Foi
precisamente nesse momento, enquanto ela balbuciava alegremente pela minha boa
sorte, que eu soube exatamente de onde tinha vindo o dinheiro. Apesar da
repentina onda de raiva, suspeita, ultraje e dor, eu tentei falar calmamente.
“Uma bolsa de
estudos que deposita vinte mil dólares na minha conta”, eu notei. “Ao invés de
pagar isso a escola. Sem ter nenhuma forma de se certificar de que eu vou usar
o dinheiro para a escola”.
Minha reação
fez ela corar. Ela pareceu ofendida pelas minhas palavras.
“Seria muito
pouco sábio não usar esse dinheiro com os fins que foram propostos pra ele,
Bella, querida. Essa é uma chance única na vida”.
“É claro”, eu
disse amargamente. “E esse Fundo do Pacífico Noroeste mencionou porque eles me
escolheram?”
Ela olhou pra
suas anotações de novo, uma pequena careta no rosto por causa do meu tom.
“É um grande
prestigio – eles não dão essa bolsa de estudo todos os anos”.
“Aposto que
não”.
Ela olhou pra
mim e desviou o olhar rapidamente. “O banco em Seattle que gerencia o fundo me
passou para o homem que administra as entregas as bolsas de estudos. Ele disse
que essa bolsa de estudos é dada baseada em mérito, gênero e locação. Ela é
direcionada a estudantes do sexo feminino de cidades pequenas que não tem as
oportunidades disponíveis em uma cidade maior”.
Parecia que
alguém estava achando que era engraçado.
“Mérito?” eu
perguntei desaprovando. “Eu tenho uma média de três ponto sete. Eu posso nomear
três garotas que tem notas melhores que as minhas, e uma delas é Jessica. Além
do mais – eu nunca me inscrevi pra essa bolsa de estudos”.
Ela estava
muito corada agora, pegando uma caneta e colocando-a na mesa de novo, mexendo
no pendente que ela usava entre o dedão e o indicador. Ela procurou nas
anotações novamente.
“Ele
mencionou isso...” Ela manteve os olhos no envelope, sem ter certeza do que
fazer com a minha atitude. “Eles não aceitam inscrições. Eles procuram
inscrições rejeitadas por outras bolsas de estudos e escolhem estudantes que
eles acham que foram injustamente ignorados. Eles pegaram o seu nome pela
inscrição que você mandou para a assistência financeira baseada em mérito da
Universidade de Washington.”
Eu senti os
cantos da minha boca virando pra baixo. Eu não sabia que aquela inscrição havia
sido rejeitada. Era uma coisa que eu tinha enviado há muito tempo atrás,
antes...
E eu não
havia pensado em nenhuma outra possibilidade, apesar de que os prazos estavam
passando por mim. Eu não parecia conseguir me focar no futuro. Mas a
Universidade de Washington era o único lugar que poderia me manter perto de
Forks e de Charlie.
“Como eles
conseguem as inscrições recusadas?” Eu perguntei em tom baixo.
“Eu não tenho
certeza, querida”. A Sra. Gerandy não estava feliz. Ela queria excitação e
estava recebendo hostilidade. Eu queria ter alguma forma de explicar que a
negatividade não era pra ela. “Mas o administrador deixou o número dele caso eu
tivesse alguma pergunta – você mesma poderia ligar pra ele. Eu tenho certeza
que ele poderia te assegurar de que esse dinheiro realmente é para você”.
Disso eu não
tinha dúvida. “Eu gostaria desse número”.
Ela escreveu
rapidamente num pedaço amassado de papel. Eu fiz uma nota mental de doar
anonimamente um bloco de post-its para o banco.
O número era
interurbano. “Eu não suponho que ele tenha deixado um endereço de e-mail?” Eu
perguntei ceticamente. Eu não queria aumentar a conta telefônica de Charlie.
“Na verdade,
ele deixou”, ela sorriu, feliz por ter alguma coisa que eu parecia querer. Ela
se inclinou na mesa para escrever outra linha no meu borrão.
“Obrigada, eu
vou entrar em contato com ele assim que chegar em casa”. Minha boca era uma
linha dura.
“Docinho”, a
Sra. Gerandy disse hesitantemente. “Você devia estar feliz por isso. É uma
grande oportunidade”.
“Eu não vou
pegar vinte mil dólares que eu não mereci”, eu respondi, tentando manter o tom
de ultraje fora da minha voz.
Ela mordeu o
lábio, e olhou para baixo novamente. Ela também pensava que eu era maluca. Bem,
eu ia fazer ela dizer isso em voz alta.
“O quê?” Eu
quis saber.
“Bella...”
Ela pausou e eu esperei com o dentes trincados. “É substancialmente mais que
vinte mil dólares”.
“Perdão?” Eu
asfixiei. “Mais?”
“Vinte mil é
só o pagamento inicial, na verdade. De agora em diante você irá receber cinco
mil dólares todo mês até o final da sua carreira na faculdade. Se você fizer
pós-graduação, a bolsa de estudos continuará pagando por ela!” Ela ficou
excitada de novo enquanto me dizia isso.
No início eu
não consegui falar, eu estava lívida demais. Cinco mil dólares por mês por um
período indeterminado de tempo. Eu queria quebrar alguma coisa.
“Como?” Eu
consegui botar pra fora.
“Eu não
entendo o que você quer dizer”.
“Como eu vou
ganhar cinco mil dólares por mês?”
“Serão
depositados em sua conta aqui”, ela respondeu, perplexa.
Houve um
breve segundo de silêncio.
“Eu vou
fechar a conta agora”, eu disse numa voz sem vida.
Eu levei
quinze minutos para convencê-la de que estava falando sério. Ela tinha um
inacabável suprimento de razões pelas quais isso era uma má idéia. Eu discuti
calorosamente até que me ocorreu que ela estava preocupada em me entregar os
vinte mil dólares. As pessoas carregavam tanto assim nas mãos?
“Olha, Sra.
Gerandy”, eu assegurei ela. “Eu só quero sacar os meus mil e quinhentos. Eu
apreciaria muito se você pudesse enviar o restante do dinheiro de volta para o
lugar de onde ele veio. Eu vou acertar as coisas com esse –“ Eu chequei o
borrão. “- Sr. Isaac Randall. Isso realmente é um erro”.
Isso pareceu
relaxar ela.
Cerca de
vinte minutos depois, com um rolo de quinze notas de cem, uma de vinte, uma de
dez, uma de cinco, uma de um, e cinqüenta centavos no meu bolso, eu escapei do
banco aliviada. A Sra. Stanley e a Sra. Gerandy ficaram lado a lado no balcão,
olhando para mim com os olhos arregalados.
Cena dois:
naquela mesma noite, depois de comprar as motos e visitar Jacob pela primeira
vez...
Eu abri a
porta com um chute e puxei o meu fundo para a faculdade do bolso. Ele parecia
bem pequeno enrolado como estava na palma da minha mão. Eu o enfiei em uma meia
sem par e aí a enfiei de volta na gaveta de roupas de baixo. Provavelmente esse
não era o esconderijo mais original, mas eu ia me preocupar em pensar em algo
mais criativo mais tarde.
No meu outro
bolso estava o papel amassado com o número do telefone de Isaac Randall e o seu
endereço de e-mail. Eu o puxei pra fora e o coloquei no teclado do meu
computador, aí apertei o botão, batendo o meu pé enquanto a minha tela ligava
lentamente.
Quando eu
estava conectada, eu abri a minha conta de e-mail gratuita. Eu procrastinei, demorando
pra deletar a montanha de spams que haviam se acumulado desde o dia que eu
havia escrito pra Renée. Eventualmente eu me livrei desse trabalho, e abri uma
caixa de composição nova.
O endereço de
e-mail era para ?irandall-, então eu presumi que ele ia diretamente para o
homem que eu queria.
Querido Sr.
Randall, eu escrevi.
Eu espero que
você se lembre da conversa que teve esta tarde com a Sra. Gerandy no Banco
Federal de Forks. Meu nome é Isabella Swan, e aparentemente você está com a
impressão de que eu ganhei uma bolsa de estudos bastante generosa da Compania
de Fundos do Pacífico Norte.
Eu lamento,
mas não posso aceitar essa bolsa de estudos. Eu pedi que o dinheiro que eu já
recebi fosse mandado de volta para a conta da qual ele veio, e fechei minha
conta no Banco Federal de Forks. Por favor, premie outro candidato com a bolsa
de estudos.
Obrigada, I.
Swan
Eu levei
alguns minutos pra faze-lo soar do jeito certo ? formal, e inquestionavelmente
definitivo. Eu o li duas vezes antes de manda-lo. Eu não tinha certeza sobre
que tipos de diretrizes o Sr. Randall havia recebido sobre a bolsa de estudos
falsa, mas eu não podia ver nenhuma brecha na minha resposta.
* * *
Cena três:
algumas semanas depois, pouco antes do ?encontro- de Bella e Jacob com as
motos...
Quando eu
voltei, eu peguei a correspondência enquanto entrava. Eu passei rapidamente as
contas e as propagandas, até chegar na última carta na pilha.
Era um
envelope comercial regular, endereçado a mim ? o meu nome estava escrito à mão,
o que era incomum. Eu olhei com interesse para o endereço do remetente.
Interesse que
rapidamente se transformou em
náusea. A carta era do Fundo do Pacífico Norte, do
Escritório de Relocações de Bolsas de Estudos. Não havia nenhum endereço de rua
embaixo do nome.
Esse
provavelmente era só um reconhecimento formal da minha recusa, eu disse pra mim
mesma. Não havia nenhuma razão pra me sentir nervosa. Absolutamente nenhuma
razão, exceto pelo pequeno detalhe que pensar demais em qualquer parte disso me
mandaria diretamente para a terra dos zumbis. Somente isso.
Eu atirei o
resto da correspondência na mesa para Charlie, juntei os meus livros na sala de
estar, e corri escadas acima. Uma vez em meu quarto, eu tranquei a minha porta
e rasguei o envelope. Eu tinha que me lembrar de ficar com raiva. Raiva era a
chave.
Querida Srta.
Swan.
Permita-me
parabenizá-la formalmente por ter ganho pelos Fundos do Pacífico Norte a
prestigiosa Bolsa de Estudos J. Nicholls. Essa bolsa de estudos não é
presenteada com muita freqüência, e você deve ficar orgulhosa de saber que o
Comitê de Relocações escreveu o seu nome unanimemente para a honra.
Houveram
algumas pequenas dificuldades nas monções da sua bolsa de estudos, mas por
favor não se preocupe. Eu estarei cuidando pessoalmente para que você seja
posta pelo mínimo de inconvenientes possível. Por favor encontre o cheque anexo
de vinte mil dólares; o prêmio inicial mais a sua primeira mesada mensal.
Mais uma vez
eu te parabenizo pela sua realização. Por favor aceite os melhores desejos de
toda a Corporação do Pacífico Norte para a sua futura careira escolástica.
Sinceramente,
I. Randall
Raiva não foi
problema nenhum.
Eu olhei
dentro do envelope e, certo o suficiente, havia um cheque lá dentro. -Quem são
essas pessoas?? Eu rosnei através do meus dentes trincados, amassando a carta,
com uma mão, transformando-a em uma bola apertada.
Eu marchei
furiosamente até a minha lata de lixo, pra encontrar o número de telefone do
Sr. Randall. Eu não me importava que fosse a longa distância ? essa ia ser um
conversa muito curta.
-Oh, merda?,
eu assobiei. A lixeira estava vazia. Charlie havia levado o meu lixo pra fora.
Eu joguei o envelope com o cheque na minha cama e desamassei a carta de novo.
Era um papel da companhia, com Departamento de Relocações de Bolsas de Estudos
do Pacífico Norte escrito em um tom escuro de verde no topo, mas não havia
nenhuma informação, nenhum endereço, nenhum número de telefone.
-Droga?.
Eu me sentei
na beira da minha cama e tentei pensar claramente. Obviamente, eles iam me
ignorar. Eu não tornar os meus sentimentos mais claros, então não tinha havido
nenhum erro de comunicação. Provavelmente não faria diferença se eu ligasse.
Então só
havia uma coisa a fazer.
Eu re-amassei
a carta, amassei também o envelope com o cheque, e marchei escadas abaixo.
Charlie
estava na sala de estar, com a TV ligada em alto volume.
Eu fui até a
pia da cozinha, e joguei as bolas de papel lá dentro. Aí, eu procurei dentro da
nossa gaveta de coisas diversas até que encontrei uma caixa de fósforos. Eu
acendi um, e o aproximei cuidadosamente em uma das pontas do papel. Eu acendi
outro e fiz o mesmo. Eu quase acendi um terceiro, mas o papel estava
incendiando meramente, então não havia necessidade de verdade.
-Bella?-
Charlie chamou por cima do som da televisão.
Eu abri a
torneira rapidamente, com uma sensação de satisfação enquanto a força da água
transformava as chamas em uma meleca achatada e cinzenta.
-Sim, pai?-
Eu joguei os fósforos de volta na gaveta, e a fechei rapidamente.
-Você está
sentindo cheiro de fumaça??
-Não, pai-.
-Hmph?
Eu limpei a
pia, tendo certeza de que todas as cinzas haviam descido pelo ralo, e aí limpei
os dejetos, só pra ter certeza.
Eu voltei
para o meu quarto, me sentindo levemente satisfeita. Eles podiam me mandar
todos os cheques que quisessem, eu pensei mal humorada. Eu sempre podia comprar
mais fósforos quando os meus acabassem.
v * * *
Cena quatro:
durante o período de tempo em
que Jacob esteve evitando ela...
Nos degraus
havia um pacote do FedEx. Eu o peguei com curiosidade, esperando um endereço da
Flórida, mas ele havia sido mandado de Seattle. Não havia nenhum remetente no
lado de fora da caixa.
Ele estava
endereçado a mim, não a Charlie, então eu o levei até a mesa e rasguei a aba do
papelão pra abri-lo.
Assim que eu
vi a logo-marca verde escura do Fundo do Pacífico Norte, eu senti que a minha
dor de estômago estava voltando. Eu caí na cadeira mais próxima sem olhar para
a carta, a raiva se acumulando lentamente.
Eu não podia
nem sequer me fazer lê-la, apesar dela não ser longa. Eu a puxei pra fora, a
coloquei virada pra baixo em cima da mesa, e olhei relutantemente de volta para
dentro da caixa, pra ver o que havia embaixo. Era um envelope inchado cor de
baunilha. Eu estava com medo de abri-lo, mas com raiva suficiente pra abri-lo
com um rasgão do mesmo jeito. A minha boca era uma linha dura enquanto eu
rasgava o papel sem me preocupar em abrir pela aba. Eu já tinha coisas
suficientes pra lidar agora. Eu não precisava de lembretes e nem da irritação.
Eu fiquei
chocada, e mesmo assim não fiquei surpresa. O que mais podia ser além disso ?
três bolos grossos de notas, apertados com força por um elástico de borracha.
Eu não precisava olhar as denominações. Eu sabia exatamente o quanto eles
estavam tentando forçar às minhas mãos. Seriam trinta mil dólares.
Eu levantei o
envelope lentamente enquanto me levantava, e me virei pra joga-lo na pia. Os
fósforos estavam no topo da gaveta de bobagens, exatamente onde eu os havia
deixado da última vez. Eu tirei um e o acendi.
Ele queimava
mais e mais perto dos meus dedos enquanto eu encarava o envelope odioso. Eu não
conseguia fazer os meus dedos soltarem ele. Eu larguei o fósforo antes que ele
me queimasse, o meu rosto se transformando em uma careta de desgosto.
Eu peguei a
carta de cima da mesa, amassando-a em uma bola e atirando-a no outro recipiente
da pia. Eu acendi outro fósforo e o joguei no papel, olhando com uma satisfação
maliciosa enquanto ele queimava. Um aquecimento. Eu acendi outro fósforo. De
novo, eu o segurei, queimando, acima do envelope. De novo, ele queimou quase
até os meus dedos antes que eu o atirasse nas cinzas da carta. Eu simplesmente
não conseguia me fazer queimar trinta mil dólares.
Então o que
eu ia fazer com isso? Eu não tinha nenhum endereço pra manda-lo de volta ? eu
tinha certeza de que essa companhia nem existia de verdade.
E aí me
ocorreu que eu tinha um endereço.
Eu joguei o
dinheiro de volta na caixa do FedEx, arrancando a etiqueta pra que se alguém
chegasse a descobri-lo, fosse impossível liga-lo a mim, e andei de volta até a
minha caminhonete, murmurando incoerentemente no caminho. Eu prometi a mim
mesma que eu ia fazer uma coisa especialmente descuidada com a minha moto essa
semana. Eu ia fazer acrobacias como uma dublê se fosse preciso.
Eu odiei cada
centímetro do caminho enquanto eu vagava por entre as árvores obscurecidas,
apertando os meus dentes até que a minha mandíbula estava doendo. Os pesadelos
iam ser ferozes essa noite ? fazer isso era pedir que isso acontecesse. As
árvores se abriam entre as samambaias, e eu dirigi raivosamente por elas,
deixando uma fila dupla de gravetos quebrados, escoados atrás de mim. Eu parei
perto dos degraus da frente, colocando a marcha em ponto morto.
A casa
parecia exatamente a mesma, dolorosamente vazia, morta. Eu sabia que estava
projetando os meus próprios sentimentos na aparência dela, mas isso não mudou a
forma como ela parecia pra mim. Sendo cuidadosa pra não olhar pra fora pela
janela, eu caminhei até a porta da frente. Eu desejei desesperadamente ser um
zumbí novamente só por um minuto, mas a entorpecência já tinha passado da
validade há muito tempo.
Eu coloquei a
caixa cuidadosamente na entrada da casa abandonada, e me virei pra ir embora.
Eu parei no
primeiro degrau. Eu não podia simplesmente deixar uma pilha de dinheiro na
frente da porta. Isso era quase tão ruim quanto queimá-lo.
Com um
suspiro, mantendo os meus olhos baixos, eu me virei de volta e peguei a caixa
ofensiva. Talvez eu pudesse simplesmente doa-lo pra uma boa causa. Uma caridade
pra pessoas com doenças sanguíneas, ou algo assim.
Mas eu estava
balançando a cabeça enquanto voltava para a caminhonete. Esse era o dinheiro
dele, e, maldição, ele ia ficar com ele. Se ele fosse roubado na frente da casa
dele, era culpa dele, não minha.
A minha
janela estava aberta, e ao invés de sair, eu simplesmente atirei a caixa com
toda força que podia em direção à porta.
Eu nunca tive
a melhor mira. A caixa bateu com força na janela da frente, deixando um buraco
tão grande que parecia que eu havia atirado uma máquina de lavar.
-Aw, merda!?
Eu asfixiei alto, cobrindo meu rosto com as mãos.
Eu devia
saber que não importava o que eu fizesse, eu simplesmente ia piorar as coisas.
Eu estava apenas devolvendo a propriedade dele. Era problema dele que ele
tivesse transformado isso numa tarefa tão difícil. Além do mais, o som do vidro
quebrando foi meio legal ? ele me fez sentir um pouco melhor de uma forma
perversa.
Eu não me
convenci de verdade, mas eu tirei a caminhonete do ponto morto e fui embora mesmo
assim. Isso era o mais perto que eu podia chegar de devolver o dinheiro pra
onde ele pertencia. E agora eu tinha uma boa entrada pra caixas para a
prestação do mês que vem. Era o melhor que eu podia fazer.
Eu repensei
isso centenas de vezes de chegar em casa. Eu procurei na lista telefônica
procurando por vidraceiros, mas não haviam estranhos a quem eu pudesse pedir
ajuda. Como era que eu ia explicar o endereço? Será que Charlie teria que me
prender por vandalismo?
* * *
Cena cinco: a
primeira noite que Alice retorna depois de ver Bella -cometendo suicídio?...
-Jasper não
quis vir com você?-.
-Ele não
aprova que eu esteja interferindo?
Eu funguei.
-Você não é a única-.
Ela
enrijeceu, e depois relaxou. -Isso tem alguma coisa a ver com o buraco na
janela da frente da minha casa e a caixa cheia de notas de cem dólares no chão
da sala de estar??
-Tem?, eu
disse raivosamente. -Eu lamento pela janela. Aquilo foi um acidente?.
-Com você
geralmente é. O que foi que ele fez?-
-Uma coisa
chamada O Fundo do Pacífico Norte me deu um prêmio muito estranho e uma bolsa
de estudos persistente. Não foi um disfarce muito bom. Quer dizer, eu não
consigo imaginar que ele queria que eu soubesse que era ele, mas eu espero que
ele não pense que eu sou tão estúpida?.
-Ora, aquele
grande trapaceiro?, Alice murmurou.
-Exatamente?
-E ele me
disse pra não olhar? Ela balançou a cabeça irritada.
* * *
Cena seis:
com Edward na noite depois da Itália, no quarto de Bella...
-Será que
existe uma razão pela qual o perigo não pode resistir a você mais do que eu?-
-O perigo não tenta-, eu murmurei.
-É claro,
parece que você andou procurando o perigo ativamente. O que você estava
pensando, Bella? Eu vi na cabeça de Charlie a quantidade de vezes que você
esteve no pronto-socorro. Eu mencionei que estou furioso com você??
A voz baixa
dele parecia mais dolorida do que furiosa.
-Porque? Não
é da sua conta?, eu disse, envergonhada.
-Na verdade,
eu me lembro especificamente de você prometendo que não faria nada descuidado?.
A minha
réplica foi rápida. -E você não prometeu que não ia interferir?-
-Antes de
você começar a passar dos limites?, ele qualificou cuidadosamente. -Eu estava
mantendo a minha parte do acordo?.
-Oh, é mesmo?
Três palavras, Edward: Fundo. Pacífico. Norte.?
Ele ergueu a
cabeça pra olhar pra mim; a expressão dele estava toda confusa e inocente-
inocente demais. Isso era uma denúncia por si só. -Isso devia significar alguma
coisa pra mim??
-Isso é
insultante.? Eu reclamei. -Quão estúpida você acha que eu sou??
-Eu não faço
idéia do que você está falando?, ele disse, com os olhos arregalados. -Que
seja?, eu rosnei.
* * *
Cena sete, a
conclusão dessa seqüência: naquela mesma noite/manhã, quando eles chegaram na
casa dos Cullen para a votação...
De repente, a
luz da varanda de acendeu, e eu pude ver Esme de pé na porta. Seu cabelo
esvoaçante, caramelado estava preso pra trás, e ela tinha uma espécie de
espátula na mão.
-Estão todos
em casa?? Eu perguntei esperançosamente enquanto subíamos os degraus.
-Sim, eles
estão? Enquanto ela falava, as janelas abruptamente se encheram de luz. Eu
olhei através da mais próxima delas pra ver quem havia reparado em nós, mas a
panela com uma gosma grossa, cinza que estava no aparador da frente me chamou a
atenção. Eu olhei para a macia perfeição do vidro, e me dei conta do que Esme
estava fazendo na varanda com uma espátula.
-Oh, droga,
Esme! Eu lamento muito por essa janela! Eu ia ?-
-Não se
preocupe com isso?, ela interrompeu com uma risada. -Alice me contou a
história, e eu tenho que dizer, eu não te culparia se você tivesse feito de
propósito? Ela encarou o filho, que estava me encarando.
Eu ergui uma
sobrancelha. Ele desviou o olhar e murmurou uma coisa indistinta sobre cavalos
de presente.
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